Nos últimos vinte anos verificou-se um avanço significativo na farmacoterapia para os distúrbios de humor. Contudo, o lítio é, até hoje, a terapia mais eficaz para a doença bipolar. Apesar de os locais alvo do lítio e o seu mecanismo de ação não estarem completamente esclarecidos, sabe-se que este xenobiótico inibe a inositol monofosfatase (IMPase) e a cinase de serina/treonina (GSK-3).
Neste esquema podemos verifica-se que o lítio ao inibir a GSK-3 vai permitir a ação da β-catenina. Esta molécula é extremamente relevante na estimulação da memória.
Não menos importante, esta inibição influencia directamente a regulação da transcrição, permitindo a expressão de genes que vão induzir a neuroproteção, o neurotropismo, a neurogénese e angiogénese.
Figura 2: Via de sinalização do fosfatidilinositol
Adaptado de: Schloesser RJ., Huang J., Klein PS., Manji HK., (2008) Cellular Plasticity Cascades in the Pathophysiologyand Treatment of Bipolar Disorder, Neuropsychopharmacology, 33(1): 110-133
A ação do lítio sobre a IMPase impede a regeneração do fosfatidilinositol - 4,5 - bifosfato (PIP2) que, por sua vez, não levará à formação do diacilglicerol (DAG). Este último ativa a proteína cinase C que, entre muitas outras funções, ativa o MARCKS (Myristoylated alanine-rich C-kinase substrate). Esta inibição complexa culmina numa diminuição dos níveis de MARCKS que se encontra aumentado nos doentes com distúrbio bipolar, por intermédio da PKC.
Figura 3: Via das proteínas Wnt e do GSK-3
Adaptado de: Schloesser RJ., Huang J., Klein PS., Manji HK., (2008) Cellular Plasticity Cascades in the Pathophysiologyand Treatment of Bipolar Disorder, Neuropsychopharmacology, 33(1): 110-133
Lítio
Mecanismo de ação
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